quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Olhar-te de longe

Se em algumas situações olhamos o Porto
Como a cidade chata, suja, fechada...
Não são poucas as vezes
Em que nos sentimos abençoados

Por poder contemplá-la
De longe, ouvir a nossa música preferida
Pensar em tudo aquilo que queremos
Nas pessoas que gostamos

Nos amigos, com quem gostávamos de partilhar momentos
Nas coisas mais fúteis e idiotas
Mas que de vez em quando
Nos consomem o juízo

Por momentos fecho os olhos
Viajo para o outro lado do rio
Atravesso a ponte sem perder de vista a Torre
E o velho casario

Percorro becos e ruelas
Vou da Ribeira à Foz

Paro o carro e contemplo a beleza
Da cidade, o rio e a sua serenidade
E a confusão característica
De mais um fim de tarde

Se por momentos me sinto bem
A ver o Porto de longe
Outras, fico triste...
Por mais uma vez ter de me despedir

Não saberia viver no Mundo
Sem ter um Porto para descobrir

Mas talvez seja esse o meu destino
Ser feliz, de vez em quando...
De preferência no Porto

Por momentos fecho os olhos
Dou largas à imaginação e viajo:
Sem confusões, sem engarrafamentos, sem demoras...
Apenas estou eu!

E o Porto,
Ao longe, deserto!


F. M. Az
10-10-2008

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