segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Palavras directas

Hoje apeteceu-me escrever
Peguei no papel e na caneta
E comecei a divagar...
Lenta e caprichosamente

Como se de um soneto se tratasse

Não me preocupei
Como sempre aconteceu até hoje
Com as rimas, os tempos verbais perfeitos
E as fonéticas

Peguei no papel e escrevi
Até a folha acabar
Li, reli, rasguei
Mas com vontade de recomeçar

Não tinha um tema específico
Um fim pensado
Apenas teria que ser
Algo bem estruturado

Por momentos me lembrei
Das nossas conversas
Das nossas consultas
Sem nenhum de nós as cobrar

Pensei em escrever sobre ti
Sobre a nossa bela amizade
Está-se a acabar a tinta
E também o papel

Mas antes que ela acabe
Gostaria de escrever
Aquilo que queria
Pessoalmente dizer

Escrevo um "J"
A caneta pára
Assim como o meu coração
Porque um dia te perguntei algo importante

E tu disseste que não!

Fechei a caneta
Deitei a folha ao chão
E deixei-a ficar
Até o vento a levar

Com esperança que ela fosse
Ao teu encontro, numa noite de luar
E que as palavras que tu lesses fossem:
- Deixa-te ficar...!

Nem que seja por uma noite
Fecha os olhos e coloca sobre o peito
A tua delicada mão. Agora...
Abre para mim o teu coração


F.M.Az
Espanha, 7-08-2008



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