Há em muitas cabeças uma noção de vida que é chocantemente pobre, desagradavelmente rasteira, tristemente vazia. Consiste em olhar para a vida de uma forma utilitária, com base numa concepção egoísta e em critérios apenas económicos: se a vida não é útil - se não é produtiva, se não proporciona todo o prazer - então não tem razão de ser.
Se uma pessoa saudável apresenta tendências suicídas, recebe ajuda, e, inclusivamente, concedem-lhe um tratamento psiquiátrico até que passe a crise. O objectivo é procurar que essa pessoa recupere a sua auto-estima para poder viver com dignidade. Mas quando se trata de um doente incurável ou um deficiente, a discussão automaticamente gira em torno de expressões como "morte digna", "liberdade de escolher a própria morte" ou "acto final de autonomia e autodeterminação". Qual a razão desta diferença?
Pensem nisto, um abraço!
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