quinta-feira, 17 de setembro de 2009

10 Meses

Olho para o meu telefone
Reparo se tenho alguma chamada
Um sms perdido,
Algo escrito na minha agenda

Vejo a data
Não me acredito no que vejo
Faz hoje dez meses
Já faz...!

Parece que foi ontem
Estava a dormir fechado no meu quarto
No meu mundo,
Gostava não ter de acordar

Recebi a notícia
Ainda meio ensonado
Meio estremecido:
Como será possível!?

Ainda ontem te vi
Ainda ontem te falei
Terei sido um bom amigo
Será, que como neto alguma vez te falhei?

A vontade de voltar atrás
E de falar sobre tanto
É imensa, mas já não posso
Desde agora te falar

Parece mentira
Não quero acreditar que seja verdade
Quero chorar e não consigo
Quero-me despedir de ti e já não posso

Ontem a nossa despedida
Parecia ter sido mesmo a última
Mas não te fiz caso,
Já estavas muito cansada

Hoje é o dia
Em que me fecho no quarto
Naquele meu pequeno mundo
E te escrevo este poema

Não o vais poder ler
Mas quero acreditar
Com todas as minhas forças
Que me estás a ver escrever

Vou à missa
Sentir-te mais de perto
Mesmo que não acredite
Acho que vais lá estar!


À minha avó
Espinho, 17 de Setembro de 2009

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