segunda-feira, 30 de junho de 2008

Metamorfose

Para a minha alma eu queria uma torre como esta,
assim alta,
assim de névoa acompanhando o rio.

Estou tão longe da margem que as pessoas passam
e as luzes se reflectem na água.

E, contudo, a margem não pertence ao rio
nem o rio está em mim como a torre estaria
se eu a soubesse ter...
uma luz desce o rio
gente passa e não sabe

Que eu quero uma torre tão alta que as aves não passem
As nuvens não passem
Tão alta, tão alta

Que a solidão possa tornar-se Humana!


Poema de Jorge de Sena
no livro: "Oporto" de João Paulo

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