Para a minha alma eu queria uma torre como esta,
assim alta,
assim de névoa acompanhando o rio.
Estou tão longe da margem que as pessoas passam
e as luzes se reflectem na água.
E, contudo, a margem não pertence ao rio
nem o rio está em mim como a torre estaria
se eu a soubesse ter...
uma luz desce o rio
gente passa e não sabe
Que eu quero uma torre tão alta que as aves não passem
As nuvens não passem
Tão alta, tão alta
Que a solidão possa tornar-se Humana!
Poema de Jorge de Sena
no livro: "Oporto" de João Paulo
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