terça-feira, 22 de julho de 2008

O Porto - Comércio Tradicional

Se bem se recordam (os mais velhos), eu só tenho 25 anos, há uns anos atrás era "chique" sair de casa e ir fazer compras ao Porto, ao comércio tradicional, à mercearia da D. Aurora, ao talho do Sr. Henrique, à Alfaiataria do Sr. Moisés.., podia estar aqui a mencionar nomes fictícios ou talvez não, mas o que é facto é que o comércio tradicional está a perder terreno para as chamadas "Grandes Superfícies". Se por um lado temos a crise dos produtos petrolíferos, por outro, temos as empresas que facultam créditos "a torto e a direito" para podermos comprar plasmas, computadores de alto rendimento, carros de alta cilindrada (se bem que actualmente existem umas equipas especializadas em ou roubar, ou no parque de estacionamento, ou à entrada de casa), as casas de férias no Algarve (para poder competir com o vizinho..), os cães da moda (dogue alemaes, labradores, pastores...) e as férias no Brasil e Cuba e afins.

As empresas sedem 20 mil euros para as pessoas fazerem dele o que quiserem e depois têm a oportunidade de pagar às prestações (MAIS DEPRESSA ou MAIS DEVAGAR). Mas as pessoas simplesmente não têm dinheiro para pagar os empréstimos, por isso pedem mais um para pagar o anterior, e entramos no ciclo, a maioria das vezes, vicioso...

Mas voltando ao tema que me trouxe aqui hoje: o comércio tradicional no centro do Porto. Ora bem, o horário de trabalho de uma pessoa é das 9:00 às 17:00, ou até às 19:00. Ora, é exactamente a essa hora que as lojas do dito "comércio tradicional" estão em funcionamento. Aquando da requalificação da cidade para receber o "PORTO 2001", o maior fiasco cultural que há memória, o presidente da câmara disse que ia entregar dinheiro aos comerciantes para eles estarem abertos até mais tarde, sem terem que tratar da papelada (para legalizar o horário de trabalho) mas quem é que, no seu perfeito juízo sai às 21:00 ou 22:00 para ir à Baixa fazer compras? Por diversas vezes me desloco ao Porto da parte das manhãs, e raras são as vezes em que as lojas da baixa estão com pessoas, além dos funcionários. A polícia raramente anda a pé nas ruas, a não ser em Santa Catarina e Rua de Cedofeita (junto à Ordem do Carmo), e quando os vemos com os carros é para ir passar multas por estacionamento abusivo, o que é mato no Porto: carros em cima do passeio, em cima das faixas BUS (onde também passam, e depressa o INEM - esses sim, trabalhadores a sério), e por vezes em frente às garagens.

Durante a noite a polícia tem medo de sair, e só sai de carro. Faz umas operações STOP para verem se facturam algum e vão felizes e contentes para a esquadra, a fazer contas aos euros, da comissão. Sinceramente não vamos lá. Se quiserem revitalizar o Comércio Tradicional apostem na segurança: primeiro, dos trabalhadores, e depois dos compradores.

Até ao próximo Post!

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