sábado, 10 de maio de 2008

Estranhamente

Estranhamente o mar
Chamou por mim
Naquele dia, naquela tarde
Naquele momento

Estranhamente aceitei o convite
Que me foi enviado
Podia ter sido a outro
Mas foi a mim

Não vi ninguém no areal
Nem mesmo aquilo que não acharia estranho ali encontrar:
Uma bandeira azul, uma barraca abandonada no tempo
Uma bola de brincar

Estava tão envolvido nos meus pensamentos
Que não dei pelo tempo passar
Adoro estar sozinho na praia
E ouvir o barulho do mar

Tentei imaginar quantos grãos
Teria agarrado naquele momento
Contei um, dois…
Até parar nos cem

Este é o número
Por muitos considerado mágico
Mas para mim esse número
É um número “trágico”



Cem são o número de beijos
Que me faltou dar
A alguém que eu quis
Mas que não me deixou amar

Atirei os grãos para o chão
Como forma de protesto
Como forma de tirar o peso
Que tenho no meu coração

Se calhar daqui a uns anos
Vais querer que a ti pertença
E aí vais sofrer como eu
Aquando da tua ausência

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