sábado, 10 de maio de 2008

Porto com duas caras

Vejo este Porto diferente
De rua para rua
De bairro em bairro
Simplesmente diferente

É um Porto com duas faces
Uma face bela social
Onde não há espaço para a pobreza
Nem para o mal

Não muito longe avisto um arrumador
A fazer o que pode
A ganhar a vida da maneira mais fácil
Com uma voz triste e um olhar distante

No rádio soam os primeiros acordes
De uma música que retrata de facto o Porto
Mas esquece-se de mostrar o pior desta cidade
O Porto das desigualdades, da injustiça, dos sem abrigo

Olho o Porto com nostalgia
Alguma dor, tristeza por causa disso
Apesar de tudo é a cidade que amo
E que visto sem sacrifício

Amo o rio que se espraia até ao mar
Dos rabelos sossegados nas margens
Olhar para Gaia e viajar através do pensamento
Para a outra margem para te contemplar...

Amo o Porto à noite,
Sem trânsito, sem confusões
Apenas eu, o meu carro
E as minhas ruminações

Paro o carro e olho a Foz
As belas casas, os jardins encantados
O mar, a maior parte das vezes bravio
Outras vezes manso, mas sempre sombrio

Porto das duas faces
Mostra-me os dois lados
Faz com que haja igualdade
E diminui entre todos o espaço

Faz com que haja harmonia
Une-te com o rio e façam uma festa
Convida os Rabelos, os boavisteiros
Os dragões e os leixonenses

Faz com que em vez de pena
Te tenham respeito
Mostra que és o baluarte
Responde ao sul categoricamente


1 - 04 - 2008


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