segunda-feira, 1 de setembro de 2008

... Da cidade inventada

A minha musa é nobre e independente
E não sabe moldar-se a adulações
Despresa a opinião profundamente
E não procura glória nos salões
No teatro, não vai com voz dolente
Mendigar, como os magros histriões
O aplauso banal, inconsciente
Exibindo uma vis carminações.
Não lisonjeia o gosto das plateias
Nem adormece o público curvado
Ao canto amolecido das sereias
Não vai mostrar-se nua no tablado
E, todavia, entua-lhe nas veias
Um sangue ardente, juvenil, ousado!


- A propósito do benefício dado por Emília Adelaide à Sociedade Tipográfica Portuense. Excerto retirado do livro "Porto da cidade inventada", de Hélder Pacheco

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