sábado, 13 de setembro de 2008

Porto das duas caras

Vejo este Porto diferente
De rua para rua
De bairro para bairro
Simplesmente diferente

É um Porto com duas faces
Uma face bela e social
Cidade onde não há espaço para a pobreza
Nem tempo para pensar em fazer o mal

Não muito distante daqui vejo um arrumador
A fazer o que sabe,
A ganhar dinheiro da maneira mais fácil
Com um ar distante e uma voz abafada

No rádio soam acordes
De uma música que retrata o Porto
Mas oculta o que de pior há na cidade
O Porto das injustiças, das desigualdades

Olho o Porto com nostalgia
Com dor, tristeza por causa disso
Apesar de ser a cidade que amo
E que visito sem sacrifício

Amo o rio que se espraia até ao mar
Dos Rabelos nas margens sossegados
Olho para Gaia e viajo através do pensamento
Para a outra margem

Amo o Porto de noite
Sem trânsito, sem confusões
Apenas eu, o meu carro
E as minhas ruminações

Paro o carro e olho a Foz
As casas apalaçadas, os belos jardins encantados
O mar, a maior parte das vezes bravio
Outras vezes manso, mas sempre sombrio

Porto das duas faces
Mostra-me os teus lados
Faz com que haja igualdade
E diminui entre todos o espaço

Faz com que na cidade haja harmonia
Une-te com o Rio e façam uma festa
Convida os barcos, os boavisteiros
Os dragões e até os leixonenses

Acima de tudo sê fiel com todos
E faz com que em vez de pena
Te tenham acima de tudo
Por ti, respeito!


F. Az
01-04-2008

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