segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Lisboa depois da chuva

Não sei se é a música

Que há nos delineamentos

Do teu rosto

O que me atrai


Ou os meus pensamentos

Estão-me a enganar outra vez

Imagino ou recordo

A cidade onde um dia


Talvez estivesse feliz.

Cidade-deserto

Que no teu vazio te perdes

És tu a luz perfeita sobre os telhados


Numa tarde lúcida e imóvel?

Cidade-destino,

És tu a palavra

Por alguém inventada


Um exercício mental

De alguém que pôs

Num único lugar

A felicidade pura


A claridade de um olhar

Um amor impossível,

A pastelaria habitual

O eléctrico proverbial


E tudo aquilo

Que generosamente

Cabe num postal?

Ouve-me: a chuva parou


E o meu coração

Silenciosamente

Como uma estrela

Cai no teu mar



Poema de Dean Trdak


P.S.) Gostei do texto, portanto quis partilhá-lo com vocês!

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